quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Oração do Professor


Oração do Professor

Dai-me, Senhor, o dom de ensinar,


Dai-me esta graça que vem do amor.


Mas, antes do ensinar, Senhor,


Dai-me o dom de aprender.


Aprender a ensinar


Aprender o amor de ensinar.


Que o meu ensinar seja simples, humano e alegre, como o amor.


De aprender sempre.


Que eu persevere mais no aprender do que no ensinar.


Que minha sabedoria ilumine e não apenas brilhe


Que o meu saber não domine ninguém, mas leve à verdade.


Que meus conhecimentos não produzam orgulho,


Mas cresçam e se abasteçam da humildade.


Que minhas palavras não firam e nem sejam dissimuladas,


Mas animem as faces de quem procura a luz.


Que a minha voz nunca assuste,


Mas seja a pregação da esperança.


Que eu aprenda que quem não me entende


Precisa ainda mais de mim,


E que nunca lhe destine a presunção de ser melhor.


Dai-me, Senhor, também a sabedoria do desaprender,


Para que eu possa trazer o novo, a esperança,


E não ser um perpetuador das desilusões.


Dai-me, Senhor, a sabedoria do aprender


Deixai-me ensinar para distribuir a sabedoria do amor.

Antonio Pedro Schlindwein


Fonte: w.w.w.mensagensnaweb.com/

“Ensina o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele.”
(Pv 22.6)

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Identificando criança com dislexia

CAIC São Mateus trabalhando com atividades lúdicas, jogos e brincadeiras

Luiz Gonzaga - O xote das meninas (Animação)

Sugestões de jogos para Discalculia

Os jogos constituem um espaço privilegiado para a aprendizagem e, quando bem utilizados, ampliam possibilidades de compreensão através de experiências significativas que se propõem.
Além disso, possibilitam a busca de meios pela exploração, ainda que desordenada, actuando como aliados fundamentais na construção do saber.
Os jogos, portanto, são actividades que devem ser valorizadas desde o nascimento, pois é através delas que a criança aprende a movimentar-se, falar e desenvolver estratégias para solucionar os problemas que terão pela frente (Silva, 2008).



Abaixo serão apresentadas alguns jogos/actividades, que podem ser trabalhadas tanto em salas de aulas, ou até mesmo em casa, com a supervisão dos pais, professores ou especialistas:

Matrix

O jogo é composto de um tabuleiro quadriculado de 6 x 6 e trinta e seis peças, sendo: um curinga; uma com a indicação "+15"; uma com "-6"; três com "0 (zero); quatro com "+5"; e as 26 restantes com indicações de "-1, +1,-2, +2, -3,+3,-4,+4,-5,+8,-10,+10", sendo duas de cada.

O jogo é desenvolvido com a participação de dois jogadores que têm como objectivo conseguir o maior número de pontos.

Os participantes, juntos, posicionam, no tabuleiro, as 35 fichas com os números e o curinga, todos voltados para cima.

O primeiro a jogar escolhe se vai retirar a ficha na horizontal ou na vertical e, na primeira jogada, retira o curinga e um número que seja na mesma linha (ou coluna, conforme a opção inicial). A seguir, cada jogador, na sua vez, retira uma ficha da coluna ou na linha (de acordo com a opção inicial) da qual foi retirada a última ficha.

A partida termina quando não restarem fichas na coluna ou na linha e o vencedor será aquele jogador que, ao adicionar os pontos das fichas retiradas, conseguir maior soma.

Os participantes tendem a escolher, de início, as peças com valor maior, deixando as de menor valor para fim. com o tempo perceberam que existem estratégias para se obter maior número de pontos, inclusive criando "armadilhas" para o adversário.

Tangram

O jogo é composto de sete peças (cinco triângulos, um quadrodo e um paralelogramo), de cartelas com diferentes figuras e é desenvolvido por um participante, que tem por objectivo formar um quadrado com as sete peças.

Para início do jogo, deve-se procurar uma superfície plana. Encontrado o local adequado, o participante deve ter em mente que todas a sete peças devem, obrigatoriamente, ser utilizadas na formação de uma figura, sem a sobreposição de peças.

O Tagram permite milhares de combinações. Exercitando a inteligência e imaginação, o jogador pederá criar figuras inéditas, enriquecendo, assim, o acervo já existente.

O jogo do Dominó
Colaca-se a disposição da criança um jogo de dominó.
Ela deve ordenar as peças de acordo com a numeração de bolinhas contidas nas extremidades, utilizando as regras do dominó. À medida que é apresentada uma peça o aluno deve colocar a correspondente.
Esta actividade visa desenvolver a percepção do sistema de numeração e estimular a associabilidade, a noção de aequência e a contagem.

Jogo dos cubos e das garrafas


Inicialmente procuramos deixar a criança à vontade e descontraída realizando algumas perguntas para envolvê-las no jogo. Em seguida deixamos á disposição da criança algumas folhas de papel, caneta e lápis coloridos para realização de desenhos.

Entregamos algumas garafas de plásticos de tamanhos bem diferentes e alguns cubos de madeira coloridos para que ela enfileire os objectos sem observar regras. Depois pede-se que separe as garafas maiores das menores, comparando os tamanhos e verbalizando os conceitos de "grande" e "pequeno".
Esta actividade visa verificar as noções de tamanho (grande/pequeno) e a capacidade de percepção espacial e a atenção da criança.

Jogo das garrafas coloridas

Selecionamos oito garrafas de plástico diferentes, a 1ª com 15cm de altura, as outras com 12,5 cm, 10 cm, 7 cm, 5,25 cm, 4,0 cm e 3,5 cm com acabamento de fitas colantes nas beiras.
A criança deve ordenar as garrafas em tamanhos, agrupando,as de tamnhos quase iguais ou diferentes, ordenando-as em fileiras, da menor para a maior e da maior para a menor.
Estas actividades tem como objectivo verificar as noções de tamanho (maior/menor) e estimular a coordenação motora e a contagem.

Botões matemáticos

Separamos botões de várias cores e tamanhos, selecionados por cores e tamanhos. 15 botões brancos, outros tantos azuis e assim por diante.
A criança é orientada a separar botões por tamanhos, na quantidade solicitada, utilizando cordel e folha de papel.
Ela pode ser orientada a formar dúzias ou dezenas.
Esta actividade permite identificar, com facilidade se a criança domina as noções de "meia dúzia", "uma dúzia", "uma dezena" e levar o alunos à descoberta de que duas "meias dúzias" formam uma "dúzia".
O objectivo é desenvolver a habilidade de compreensão de sistema de numeração, a coordenação motora e orientação espacial.

A batalha

Materia: cartas do baralho . Às a 10
Conteúdo: leitura de numeros, comparação
A meta é ganhar mais cartas. Um dos jogadores distribui as cartas: uma para cada participante e cada rodada. Aquele que virar a carta mais alta pega todas as cartas para si. Todas as jogadas se repetem da mesma forma até que todas as cartas já tenham sido distribuídas. Se abrirem cartas iguais, os jogadores que empataram devem virar outra carta e aquele que tirar a mior ganha. Pode ser jogado em duplas ou pequenos grupos.

7 Cobras

Material: 2 dados, lápis e papel
Conteúdo: soma de dados, leitura e grafica de números
Escreve-se a sequência númerica na folha de papel (2 a 12). Na sua vez de jogar, o jogador soma os dados e marca com um X o número sorteado. Se a soma der 7, o jogador desenha uma cobra no seu papel. Quem marcar todos os números primeiro, com o menor número de cobras é o vencedor. Quem obter 7 cobras sai do jogo.

Quantos patos tens?

Material: 2 ou 3 dados, folhas de papel e lápis
Conteúdo: soma de dados, sequência númerica, comparação de quantidade, representação numérica
Combina-se antes de iniciar o número de rodadas. Cada um, na sua vez de jogar, joga os dados e efectua a soma marcando a quantidade obtida na sua folha. Ao final das rodadas, soma-se todas as quantidades obtidas e ganha aquele que obteve maior numero de "patos".

Número oculto

Material: lápis e papel
Conteúdos: comparação de quantidades, sequência numérica, raciocínio lógico matemático.
Sorteia-se um jogador para iniciar. Este pensará em um número dentro do limite estabecendo pelo grupo (0 a 10 ou 10 a 20 ou 0 a 50) anotando no papel sem deixar ninguém ver. Os outros participantes deverão, um de cada vez dizer números a serem comparados com o número oculto pensado pelo jogador. O aluno que pensou no número deve dizer se os números ditos pelos amigos são maiores ou menores que o número pensado por ele, até que alguém descubra o número oculto e ganhe o direito de pensar nele, iniciando uma nova rodada.

Jogo do detetive

Material:blocos lógicos
Conteúdo: os trabalhados com os blocos, raciocínio lógico.
As crianças podem ser organizados em duas equipas. Cada equipa dispõe de um jogo de blocos.

Nível 1 - a equipa 1 escolhe uma peça e coloca atrás de um anteparo. A equipa 2 dispõe os blocos a sua frente, para ajudar a organizar o raciocínio. Esta equipa deve discutir a estratégia de pergunta. Por exemplo: é vermelha? se a equipa 1 responder que não, a equipa 2 poderá retirar as peças vermelhas e pergunta: é amarela? as perguntas continuam até que a equipa 2 possa descobrir qual é a peça que está atrás do anteparo. Então as equipas invertem as posições e a equipa 2 passa a esconder a peça. Uma variante é marca o número de perguntas que cada equipa faz, ganhando o jogo, quem fizer o o menor número de pergunta. Entretant, se chutar e errar, perder o jogo.

Nível 2 - quando o jogo com a manipulação das peças se tornar fácil, podemos surgir que as crianças apenas olhem para as peças, mas não as toquem.

Nível 3 - este nível é bem mais difícil. poruqe exige um raciocínio classificatório interiorizado, vamos surgir que as crianças descubram a peça sem olhar para outro conjunto de blocos.

Nível 4 - esconderemos duas ou três peças simultaneamente, que deverão ser descobertas.



Referências Bibliográficas:


Silva, W.C. (2008). Discalculia: uma abordagem à luz da Educação Matemática.Relatório Final para concretização do Projecto de Iniciação Ciêntifica, PIBIC, Univerdidade de Guarulhos, Guarulhos.

Smole, K.S et all (2000). Brincadeiras Infantis nas Aulas de Matemática : matemática de 0 a 6. Porto Alegre: Armed.

Dislexia: como reduzir seus efeitos?

Se seu filho está em processo de alfabetização e encontra bastante dificuldade em aprender a ler, escrever e soletrar, fique muito atenta: ele pode ter dislexia. A dislexia é um distúrbio hereditário com alterações genéticas que afeta uma área do Sistema Nervoso Central prejudicando o aprendizado da leitura e da escrita em diversos modos e graus.
Esse transtorno de aprendizagem é o de maior incidência em sala de aula e atinge mais meninos do que meninas, na proporção de 3 garotos para cada garota. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 8% da população mundial é disléxica. O número sobe para 15% em pesquisas realizadas pela Associação Brasileira de Dislexia.
O perfil de uma criança disléxica é aquela que normalmente tem um bom desenvolvimento da fala e adorava ir à escola até o momento em que a professora começou o processo de alfabetização usando as letras e o ditado, o “monstro” dos disléxicos.
Em muitas vezes, os pais acreditam que o rendimento escolar do filho está ruim devido a outros problemas, talvez preguiça ou mesmo má vontade; o filho é tachado de “burrinho” pelos alunos da classe e criticado pelos pais em virtude do baixo aproveitamento na escola, sendo que ele sofre de um problema real e os pais acabam não se dando conta disso.
A criança disléxica demanda mais tempo para ler e escrever, sendo estas tarefas cansativas. A dificuldade com a leitura e escrita deixa a criança insegura, frustrada por não acompanhar seus coleguinhas de sala e deprimida por se sentir para trás.
A dislexia não tem cura, mas tem como ser tratada e acompanhada. Se isso não for realizado desde cedo, os prejuízos dessas dificuldades poderão refletir também na vida profissional quando essas crianças se tornarem adultas.
No entanto, o fato de não haver cura para a dislexia não é motivo para desistir do processo de aprendizagem da linguagem escrita. As crianças disléxicas devem ter o amparo escolar além de um reforço extra-escolar para acompanhá-las.
Cuidados importantes – O tratamento do querido da família deve ser multiprofissional, ou seja, com a assistência de um médico neurologista, fonoaudiólogo, psicopedagogo e psicólogo. Os professores têm um papel fundamental na vida dessas crianças. Eles devem ter a consciência que é na escola que o aluno desenvolve seu aprendizado e vivencia experiências.
Compreensão e saber quais as limitações de uma criança disléxicas são essenciais para que os educadores ressaltem seus pontos fortes, como a oralidade, e trabalhem os pontos fracos.
Outra boa recomendação: fazer alguma atividade física, de preferência de escolha da criança. Isso pode ajudar na reconquista da sua auto-estima, mostrando para a criança que todos tem suas dificuldades e qualidade.
Garantido por lei – De acordo com a Constituição Federal, o disléxico tem direito de receber ajuda nas leituras e de não fazer nada por escrito. As escolas e universidades são autorizadas legalmente a avaliar esses alunos apenas oralmente.
Todos devem ter a ciência de que a criança disléxica possui uma dificuldade de caráter permanente e duradouro, o que não a impede de aprender a ler e escrever, mesmo sendo com algumas dificuldades.
Dicas – Sinais de dislexia em crianças em idade:
Pré-escolar – falta de atenção, dificuldade em aprender rimas e canções e montar quebra cabeças e fraco desenvolvimento da coordenação motora.
Escolar – desatenta, dispersa e desorganizada, não grava rimas e alterações, confunde esquerda com direita, tem dificuldade em usar mapas e dicionário, não decora seqüências como meses do ano e dias da semana e faz trocas de letras parecidas na hora de escrever (p por b ou d).
Fonte: Guia do Bebê
http://diganaoaerotizacaoinfantil.wordpress.com/2008/05/03/dislexia-como-reduzir-os-efeitos/

Dislexia

Entender como aprendemos e o porquê de muitas pessoas inteligentes e, até, geniais experimentarem dificuldades paralelas em seu caminho diferencial do aprendizado, é desafio que a Ciência vem deslindando paulatinamente, em130 anos de pesquisas. E com o avanço tecnológico de nossos dias, com destaque ao apoio da técnica de ressonância magnética funcional, as conquistas dos últimos dez anos têm trazido respostas significativas sobre o que é Dislexia.
A complexidade do entendimento do que é Dislexia, está diretamente vinculada ao entendimento do ser humano: de quem somos; do que é Memória e Pensamento- Pensamento e Linguagem; de como aprendemos e do por quê podemos encontrar facilidades até geniais, mescladas de dificuldades até básicas em nosso processo individual de aprendizado. O maior problema para assimilarmos esta realidade está no conceito arcaico de que: "quem é bom, é bom em tudo"; isto é, a pessoa, porque inteligente, tem que saber tudo e ser habilidosa em tudo o que faz. Posição equivocada que Howard Gardner aprofundou com excepcional mestria, em suas pesquisas e estudos registrados, especialmente, em sua obra Inteligências Múltiplas. Insight que ele transformou em pesquisa cientificamente comprovada, que o alçou à posição de um dos maiores educadores de todos os tempos.
A evolução progressiva de entendimento do que é Disléxia, resultante do trabalho cooperativo de mentes brilhantes que têm-se doado em persistentes estudos, tem marcadores claros do progresso que vem sendo conquistado. Durante esse longo período de pesquisas que transcende gerações, o desencontro de opiniões sobre o que é Dislexia redundou em mais de cem nomes para designar essas específicas dificuldades de aprendizado, e em cerca de 40 definições, sem que nenhuma delas tenha sido universalmente aceita. Recentemente, porém, no entrelaçamento de descobertas realizadas por diferentes áreas relacionadas aos campos da Educação e da Saúde, foram surgindo respostas importantes e conclusivas, como:
que Dislexia tem base neurológica, e que existe uma incidência expressiva de fator genético em suas causas, transmitido por um gene de uma pequena ramificação do cromossomo # 6 que, por ser dominante, torna Dislexia altamente hereditária, o que justifica que se repita nas mesmas famílias;
que o disléxico tem mais desenvolvida área específica de seu hemisfério cerebral lateral-direito do que leitores normais. Condição que, segundo estudiosos, justificaria seus "dons" como expressão significativa desse potencial, que está relacionado à sensibilidade, artes, atletismo, mecânica, visualização em 3 dimenões, criatividade na solução de problemas e habilidades intuitivas;
que, embora existindo disléxicos ganhadores de medalha olímpica em esportes, a maioria deles apresenta imaturidade psicomotora ou conflito em sua dominância e colaboração hemisférica cerebral direita-esquerda. Dentre estes, há um grande exemplo brasileiro que, embora somente com sua autorização pessoal poderíamos declinar o seu nome, ele que é uma de nossas mentes mais brilhantes e criativas no campo da mídia, declarou: "Não sei por que, mas quem me conhece também sabe que não tenho domínio motor que me dê a capacidade de, por exemplo, apertar um simples parafuso";
que, com a conquista científica de uma avaliação mais clara da dinâmica de comando cerebral em Dislexia, pesquisadores da equipe da Dra. Sally Shaywitz, da Yale University, anunciaram, recentemente, uma significativa descoberta neurofisiológica, que justifica ser a falta de consciência fonológica do disléxico, a determinante mais forte da probabilidade de sua falência no aprendizado da leitura;
que o Dr. Breitmeyer descobriu que há dois mecanismos inter-relacionados no ato de ler: o mecanismo de fixação visual e o mecanismo de transição ocular que, mais tarde, foram estudados pelo Dr. William Lovegrove e seus colaboradores, e demonstraram que crianças disléxicas e não-disléxicas não apresentaram diferença na fixação visual ao ler; mas que os disléxicos, porém, encontraram dificuldades significativas em seu mecanismo de transição no correr dos olhos, em seu ato de mudança de foco de uma sílaba à seguinte, fazendo com que a palavra passasse a ser percebida, visualmente, como se estivesse borrada, com traçado carregado e sobreposto. Sensação que dificultava a discriminação visual das letras que formavam a palavra escrita. Como bem figura uma educadora e especialista alemã, "... É como se as palavras dançassem e pulassem diante dos olhos do disléxico".
A dificuldade de conhecimento e de definição do que é Dislexia, faz com que se tenha criado um mundo tão diversificado de informações, que confunde e desinforma. Além do que a mídia, no Brasil, as poucas vezes em que aborda esse grave problema, somente o faz de maneira parcial, quando não de forma inadequada e, mesmo, fora do contexto global das descobertas atuais da Ciência.
Dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, e uma das causas do chamado "analfabetismo funcional" que, por permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado.
Hoje, os mais abrangentes e sérios estudos a respeito desse assunto, registram 20% da população americana como disléxica, com a observação adicional: "existem muitos disléxicos não diagnosticados em nosso país". Para sublinhar, de cada 10 alunos em sala de aula, dois são disléxicos, com algum grau significativo de dificuldades. Graus leves, embora importantes, não costumam sequer ser considerados.
Também para realçar a grande importância da posição do disléxico em sala de aula cabe, além de considerar o seríssimo problema da violência infanto-juvenil, citar o lamentável fenômeno do suicídio de crianças que, nos USA, traz o gravíssimo registro de que 40 (quarenta) crianças se suicidam todos os dias, naquele país. E que dificuldades na escola e decepção que eles não gostariam de dar a seus pais estão citadas entre as causas determinantes dessa tragédia.
Ainda é de extrema relevância considerar estudos americanos, que provam ser de 70% a 80% o número de jovens delinqüentes nos USA, que apresentam algum tipo de dificuldades de aprendizado. E que também é comum que crimes violentos sejam praticados por pessoas que têm dificuldades para ler. E quando, na prisão, eles aprendem a ler, seu nível de agressividade diminui consideravelmente.
O Dr. Norman Geschwind, M.D., professor de Neurologia da Harvard Medical School; professor de Psicologia do MIT - Massachussets Institute of Tecnology; diretor da Unidade de Neurologia do Beth Israel Hospital, em Boston, MA, pesquisador lúcido e perseverante que assumiu a direção da pesquisa neurológica em Dislexia, após a morte do pesquisador pioneiro, o Dr. Samuel Orton, afirma que a falta de consenso no entendimento do que é Dislexia, começou a partir da decodificação do termo criado para nomear essas específicas dificuldades de aprendizado; que foi elegido o significado latino dys, como dificuldade; e lexia, como palavra. Mas que é na decodificação do sentido da derivação grega de Dislexia, que está a significação intrínsica do termo: dys, significando imperfeito como disfunção, isto é, uma função anormal ou prejudicada; e lexia que, do grego, dá significação mais ampla ao termo palavra, isto é, como Linguagem em seu sentido abrangente.
Por toda complexidade do que, realmente, é Dislexia; por muita contradição derivada de diferentes focos e ângulos pessoais e profissionais de visão; porque os caminhos de descobertas científicas que trazem respostas sobre essas específicas dificuldades de aprendizado têm sido longos e extremamente laboriosos, necessitando, sempre, de consenso, é imprescindível um olhar humano, lógico e lúcido para o entendimento maior do que é Dislexia.
Dislexia é uma específica dificuldade de aprendizado da Linguagem: em Leitura, Soletração, Escrita, em Linguagem Expressiva ou Receptiva, em Razão e Cálculo Matemáticos, como na Linguagem Corporal e Social. Não tem como causa falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade, como nada tem a ver com acuidade visual ou auditiva como causa primária. Dificuldades no aprendizado da leitura, em diferentes graus, é característica evidenciada em cerca de 80% dos disléxicos.
Dislexia, antes de qualquer definição, é um jeito de ser e de aprender; reflete a expressão individual de uma mente, muitas vezes arguta e até genial, mas que aprende de maneira diferente...
Disgrafia é uma inabilidade ou atraso no desenvolvimento da Linguagem Escrita, especialmente da escrita cursiva. Escrever com máquina datilográfica ou com o computador pode ser muito mais fácil para o disléxico. Na escrita manual, as letras podem ser mal grafadas, borradas ou incompletas, com tendência à escrita em letra de forma.

Discalculia - As dificuldades com a Linguagem Matemática são muito variadas em seus diferentes níveis e complexas em sua origem. Podem evidenciar-se já no aprendizado aritmético básico como, mais tarde, na elaboração do pensamento matemático mais avançado. Embora essas dificuldades possam manifestar-se sem nenhuma inabilidade em leitura, há outras que são decorrentes do processamento lógico-matemático da linguagem lida ou ouvida.
Deficiência de Atenção - É a dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenção em objetivo central, para discriminar, compreender e assimilar o foco central de um estímulo. Esse estado de concentração é fundamental para que, através do discernimento e da elaboração do ensino, possa completar-se a fixação do aprendizado.

Hiperatividade - Refere-se à atividade psicomotora excessiva, com padrões diferenciais de sintomas: o jovem ou a criança hiperativa com comportamento impulsivo é aquela que fala sem parar e nunca espera por nada; não consegue esperar por sua vez, interrompendo e atropelando tudo e todos. Porque age sem pensar e sem medir conseqüências, está sempre envolvida em pequenos acidentes, com escoriações, hematomas, cortes. Um segundo tipo de hiperatividade tem como característica mais pronunciada, sintomas de dificuldades de foco de atenção. É uma superestimulação nervosa que leva esse jovem ou essa criança a passar de um estímulo a outro, não conseguindo focar a atenção em um único tópico.
Hipoatividade - A Hipoatividade se caracteriza por um nível baixo de atividade psicomotora, com reação lenta a qualquer estímulo. Trata-se daquela criança chamada "boazinha", que parece estar, sempre, no "mundo da lua", "sonhando acordada".

sábado, 2 de outubro de 2010

Brinquedos com sucata

Coisas simples tornam-se brinquedos divertidos!

Caixa Pedagógica

Para aprimorar coordenação motora dos pequenos.

Brincadeiras Preferidas

Material para você criar o seu projeto!




A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA VIDA ESCOLAR DOS FILHOS


A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA VIDA ESCOLAR DOS FILHOS

Coisas Simples que ajudam Seus Filhos a Aprenderem



O que é Alfabetização?

 A Alfabetização, de um modo abrangente, é definida como um processo no qual o indivíduo constrói a gramática e suas variações. Não se resume apenas na aquisição dessas habilidades mecânicas (codificação e decodificação) do ato de ler, mas na capacidade de interpretar, compreender, criticar, resignificar e produzir conhecimento.

O que é Letramento?

Letramento não é necessariamente o resultado de ensinar a ler e a escrever. É o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita (SOARES, 2003). O indivíduo letrado é aquele que, sabendo ler ou não, convive com as práticas de leitura e escrita. Por exemplo, quando um pai lê uma história para seu filho dormir, a criança está em um processo de letramento, está convivendo com as práticas de leitura e escrita. 



Como prevenir que as crianças tenham dificuldades de aprendizagem.

O termo 'dificuldade de aprendizagem' começou a ser usado na década de 60 e até hoje - na maioria das vezes - é confundido por pais e professores como uma simples desatenção em sala de aula ou 'espírito bagunceiro' das crianças. Mas a dificuldade de aprendizagem refere-se a um distúrbio - que pode ser gerado por uma série de problemas cognitivos ou emocionais - que pode afetar qualquer área do desempenho escolar.

Na maioria dos casos é o professor o primeiro a identificar que a criança está com alguma dificuldade, mas os pais e demais membros da família devem ficar atentos ao desenvolvimento e ao comportamento da criança.

Toda criança tem um processo diferente de desenvolvimento - umas aprendem a andar mais cedo, outras falam mais cedo - e isso é absolutamente normal, não existe um 'padrão' de desenvolvimento. Portanto é importante que os pais respeitem o desenvolvimento geral da criança. Nesta fase o pediatra torna-se um grande aliado dos pais.

Crianças com dificuldades de aprendizagem geralmente apresentam desmotivação e incômodo com as tarefas escolares gerados por um sentimento de incapacidade, que leva à frustração.

Neste caso, a orientação é valorizar o que a criança sabe para fortalecer sua autoestima. Mostrar para a criança o quanto ela e boa em tarefas na qual ela tem habilidade e incentivá-la a desenvolver outras tarefas nas quais ela não é tão boa, é fundamental.

Vivemos em uma sociedade que, pais e mães, estão sempre muito ocupados com seus afazeres em casa e no trabalho.  No entanto, por mais ocupados que possam ser, eis aqui um monte de coisas que eles podem fazer, sem atrapalhar seus afazeres corriqueiros, e que vai auxiliar suas crianças a se prepararem melhor para enfrentar a escola, sem deixarem sua rotina diária de lado. Eis aqui algumas sugestões de pequenas coisas que tem um grande efeito.

22 Coisas Simples que os pais pode fazer para ajudar seus filhos a aprenderem mais.

1.    Escute-os e preste mais atenção aos seus problemas ou probleminhas;

2.    Leia com eles;

3.    Conte-lhes histórias da família;

4.    Limite seu tempo de ver televisão ou no computador;

5.    Garantir que não faltem em casa livros, um bom dicionário e espaço tranquilo para realizar o dever;

6.    Ajude-os a encontrar palavras no dicionário;

7.    Motive-os a usar e consultar uma Enciclopédia, ao invés de pegar tudo pronto;

8.    Compartilhe suas histórias, Poemas e Canções favoritas com eles;

9.    Leve-os à Biblioteca para que tenham seu próprio cartão de acesso aos livros;

10 Leve-os aos Museus e lugares históricos, sempre que possível;

11 Discuta as novidades do dia ou o que achar que é mais interessante com eles;

12. Explore as coisas junto com eles e aprenda sobre plantas, animais, história e geografia, etc.;

13. Mantenha sempre contato com seus professores;

14. Seja o maior fã do seu filho. Faça elogios a ele por causa de seus esforços, pela força de caráter e individualidade;

15. Estabeleça um toque de recolher e seja duro na decisão;

16. Sente para jantar com o seu filho pelo menos uma vez por semana. Aproveite o tempo para conversar, não para ver TV;

17. Envolva-se e continue envolvido sempre na vida do seu filho;

18. Mostrar-se entusiasmados em relação às tarefas dos filhos. Isso ajuda a fazê-los encarar o dever como uma atividade prazerosa;

19. Fazer a criança perceber que suas tarefas têm aplicação na vida prática. Por exemplo: ao consultar seu saldo bancário, mostrar como se usa a matemática para conferir a conta;

20.  Ao ter a ajuda requisitada, apenas dar sugestões de como resolver a questão. Essa é uma estratégia mais eficiente do que revelar a resposta;

21. Faça sempre uma revisão nas suas tarefas de casa;

22. Se a criança demonstrar sinais de exaustão, sugerir um intervalo para o descanso antes da conclusão da tarefa.

Livros indicados...

Criança Nota 10 - 365 Dicas para Incentivar seu Filho na Escola. Robert D. Ramsey – 1ª. Edição 2003

Guia Fuja de Casa com as Crianças - Diversão Garantida Para Toda a Família - AF Guias de Viagem – 3ª. Edição, 2007

Brincadeiras Criativas Para o Seu Filho - Uma Forma Lúdica de Aumentar a Concentração e Melhorar o Desenvolvimento dos Pequenos - Christopher Clouder e Janni Nicol –
1ª. edição, 2009

Como Educar meu Filho? - Princípios e Desafios da Educação de Crianças e de Adolescentes Hoje
Rosely Sayão - 1a. edição, 2003 / 1a. reimpressão, 2003

Canções para tirar a sorte

A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DOS JOGOS NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM


O desenvolvimento infantil está em processo acelerado de mudanças, e as crianças estão desenvolvendo suas potencialidades precocemente em relação às teorias existentes.
Diante dos avanços tecnológicos, a criança deste novo milênio está evoluindo. O cuidado com o recém-nascido, e os estímulos que o bebê hoje recebe são muito diferentes dos cuidados de algumas décadas atrás. A mudança de hábitos e atitudes dos adultos para com o recém-nascido ocasionou alterações em todo o desenvolvimento infantil. As diferentes áreas do cérebro humano se desenvolvem por meio de estímulos que a criança recebe ao longo dos sete primeiros anos de vida. Como os estímulos são diferentes, as reações também são. Os padrões de comportamento para com o bebê e para com a criança na primeira infância se modificaram, e as crianças de hoje são mais espertas e mais inteligentes do que as crianças de algumas décadas atrás, gerando situações inesperadas. Atualmente, pais trabalham fora , as famílias são menos numerosas, e as crianças freqüentam, desde cedo, berçários, creches e escolinhas maternais, onde recebem estímulos diferentes dos que recebiam aquelas que eram criadas em casa pelos irmãos e que só eram levadas para a escola aos sete anos. É, portanto, com essas crianças que o educador tem que saber lidar, tem que reconhecer suas necessidades e procurar atendê-las dentro do contexto educacional atual.
A criança, nos dias atuais, parece mais esperta e se desenvolve antes do tempo previsto, pois algumas habilidades foram estimuladas. Já pode expressar suas vontades, e seu intelecto é muito mais ativo. Porém, apresenta diferentes formas de ansiedade, de medos e de insegurança com as quais o educador tem que estar preparado para lidar.
Temos, hoje, educandos com características próprias de uma era tecnologicamente desenvolvida; mas temos, também, grande número de crianças imaturas e com dificuldades motoras que necessitam suprir as defasagens para o desenvolvimento de suas potencialidades como pessoa. O desenvolvimento infantil precisa acontecer, ao mesmo tempo, nas diferentes áreas para que haja o equilíbrio necessário entre elas e o indivíduo como um todo. Quando o desenvolvimento acontece apenas numa área, certamente outras ficarão em atraso, e a criança ficará desequilibrada de alguma forma. Muitas crianças passam a maior parte do seu tempo na frente da televisão ou com jogos eletrônicos. As imagens hiperestimulam a área cognitiva, mas a criança não está desenvolvendo as áreas afetiva e motora.
É importante conhecer as características do aprendiz para sabermos quais são as potencialidades que estão sendo desenvolvidas e quais as esquecidas, quais os transtornos que esse desequilíbrio pode causar no desenvolvimento do indivíduo e como podemos estimular a criança para o processo ensino-aprendizagem. 

Brincadeiras Antigas

Queimada, pula-corda e gato e o rato são brincadeiras antigas.
Para brincarmos de queimada temos que dividir a turma em dois times, cada time se coloca num campo, sendo que apenas um jogador de cada lado deverá se colocar atrás da linha de fundo do campo adversário.
Para dividir sobre o passe de bola e do campo no início do jogo, esses dois jogadores deverão colocar-se, entre os dois campos tirando par ou ímpar. O tamanho do terreno pode variar conforme o número de jogadores. A bola deverá ser arremessada para tentar queimar os jogadores que deverão sair assim que forem queimados, até sobrar um único jogador que não foi queimado.
Na brincadeira de pula-corda devemos ficar em fila enquanto que duas pessoas ficam batendo corda. Cada criança vai pulando e quem tropeçar ou esbarrar na corda sai do jogo.
Para brincarmos de gato e rato precisamos formar uma roda, então escolhemos um aluno que vira a porta, um que vira o gato e outro o rato. Marcamos um horário sem o gato saber. O gato fica fora e rato fica dentro da roda. O gato deve adivinhar o horário combinado. Quando o gato acerta a hora, o gato sai fora da roda "toca" e começa o pega-pega. Se o rato for pego acaba a brincadeira.

O QUE É TDAH?

O QUE É TDAH?
É comum na área de educação hoje em dia, ouvir-se falar sobre hiperatividade; na realidade, as crianças pequenas apresentam características de desatenção e excesso de agitação, mas quando estes sinais persistem após os cinco anos, é possível ser um distúrbio chamado de transtorno de déficit de atenção com hiperatividade. (TDAH).
O transtorno é de origem genética e impede a criança de concentrar-se numa tarefa podendo resultar em um déficit de atenção e em sérias dificuldades de aprendizagem.

2.1 – CARACTERÍSTICAS E CAUSAS DO TDAH
ROHDE & BENCZIC (1999:39) caracterizaram o TDAH por dois grupos de sintomas: desatenção e hiperatividade (agitação) e impulsividade.
No grupo de desatenção as crianças com TDAH não conseguem prestar atenção a detalhes, cometem erros por descuido, demonstram uma grande dificuldade para concentrar-se em tarefas e ou jogos e por não conseguirem prestar atenção ao que lhes é dito, dão a impressão de estarem no “mundo da lua”; além disso, dificilmente conseguem terminar algo que começam a fazer, não conseguindo também seguir as regras e as instruções; são desorganizadas com materiais e tarefas evitando atividades que são exigidas um esforço mental maior; costumam perder coisas importantes facilmente e distraem-se com coisas que não têm nenhuma relação com o que está sendo feito.
Como sintomas do grupo de hiperatividade / impulsividade ROHDE & BENCZIC (1999) citam a incessante movimentação que essas crianças fazem com as mãos e os pés quando estão sentadas e das dificuldades em manterem-se sentadas por muito tempo; são crianças que parecem ter uma sensação interna de inquietude e por isso chegam a pular e a correr demasiadamente em situações inadequadas; ao jogar ou brincar, são muito barulhentas, agitadas, falam demais, respondem às perguntas quase sempre antes de terem sido terminadas, não suportam esperar a vez e intrometem-se nas conversas e jogos dos outros constantemente.
Estudos comprovam que o transtorno é causado por uma pequena disfunção cerebral que torna a pessoa incapaz de pensar claramente, de ter um humor estável, de manter as fantasias e impulsos sobre controle, de estar satisfatoriamente motivada na vida e de regular essa energia na proporção correta, dentro da situação em que se encontra. Além da falta de atenção, impulsividade, irritabilidade, intolerância e frustração, os portadores de TDAH têm maior tendência à depressão e uso de drogas e álcool.
Segundo TREDGOLD apud LEWIS (1993), no ano de 1908, o termo “disfunção cerebral mínima”, foi elaborado para classificar crianças que se mostravam impulsivas, desatentas e hiperativas. Contudo, não foi comprovado seguramente esse dado em todas as crianças com TDAH. Da mesma forma, foram acrescentados outros fatores como possíveis causas do TDAH: anormalidades genéticas, lesão perinatal, infecções, envenenamento por chumbo, traumatismo na cabeça, transtornos metabólicos, transtorno dos neurotransmissores, problemas dietéticos e fatores psicossociais. (LEWIS, 1993:387).
O PAPEL DO LÚDICO PARA A APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS COM TDAH NA PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA
A palavra lúdica, neste texto, será utilizada para indicar o processo de jogar, brincar, representar e dramatizar como condutas semelhantes à vida infantil.
Segundo VYGOTSKY (1988), PIAGET (1990), WINNICOTTI (1971), o jogo está presente como um papel de fundamental importância na educação, principalmente na educação infantil; no entanto, CHATEAU (1987) adverte para que a educação não se limite somente ao jogo, pois isso levaria o homem a viver num mundo ilusório e cita o jogo apenas como uma preparação para o trabalho, exercício, propedêutica. (CHATEAU, 1987:155). Sua teoria fundamenta-se nas relações mútuas entre jogo e trabalho; de acordo com o autor, o jogar exige um esforço muito grande, e quase sempre tem como objetivo cumprir uma tarefa; portanto, o jogo é um dever tanto quanto uma tarefa escolar; e desta forma, o jogo passa a ter um caráter moral. Além disso, o jogo e o trabalho possuem valores sociais. Jogando, a criança entra em contato com outras crianças, passa a respeitar os diferentes pontos de vistas, e isso irá favorecer a saída de seu egocentrismo original.
Em relação a esse aspecto, CLAPARÈDE, apud CHATEAU, (1987), confirma que é preciso tomar muito cuidado para que o jogo não se torne apenas um divertimento, desprezando essa parte de orgulho e de grandeza humana que dá seu caráter próprio ao jogo humano. (CHATEAU, 1987:124).
Conforme BROUGÈRE (1998), o jogo nos dá a oportunidade de descobrir informações sobre o nosso meio que contribuem para nossa visão de mundo, e para várias formas de aprendizagens. (BROUGÈRE, 1998:190). Através dos jogos, são exercitados aspectos físicos e mentais do indivíduo. Portanto, por que não aprender matemática, leitura, escrita, de uma forma prazerosa, interativa, em que trocamos pontos de vista, conhecemos melhor o outro, convivemos de uma maneira harmoniosa e feliz? Por mais que haja desgaste físico, algumas frustrações, o prazer que sentimos ao jogar, ao brincar, é imensurável.
O jogo chega a ser considerado por FREUD apud BOSSA, 2000 como uma atividade criativa e curativa, pois permite à criança (re) viver ativamente as situações dolorosas que viveu passivamente, modificando os enlaces dolorosos e ensaiando na brincadeira as suas expectativas da realidade. (BOSSA, 200:111).
O prazer moral proporcionado pelo jogo deverá ser transposto para a educação, calcada na atividade espontânea do jogo. A criança precisa superar obstáculos, precisa querer superá-los. De acordo com CHATEAU (1987), a verdadeira alegria, a alegria humana, é aquela que se obtém num triunfo sobre si, num domínio de si. Por mais cansativo que seja o jogo, o prazer da vitória é gratificante. (CHATEAU, 1987:128).
Como tão bem observou FERNÁNDEZ (2001) Brincando descobre-se à riqueza da linguagem; aprendendo, vamos apropriando-nos dela. Brincando inventamos novas histórias; o aprendizado permite historiar-nos, ser nossos próprios biógrafos. Jogar é pôr a galopar as palavras, as mãos e os sonhos. (FERNÁNDEZ, 2001:36).
Para MAIA, (1993), o jogo está presente nas mais diversas fases e atividades da vida humana, englobando desde o desenvolvimento físico, psicomotor e cognitivo até o afetivo e social. (MAIA, 1993:36).
Felizmente, a psicopedagogia surgiu para comprovar que é possível minimizar, as dificuldades de aprendizagem, através de intervenções em que sejam utilizadas atividades lúdicas.